Tomate Seco (Parte II) – Um desafio para a Maria e para quem mais se atrever

Tomate Seco (Parte II) – Um desafio para a Maria e para quem mais se atrever

Após publicar o post  ‘Tomate Seco – Um desafio para a Maria e para quem mais se atrever‘,  a nossa colega Moira, autora do blog Tertúlia de Sabores, chamou a atenção para um ponto muito importante: “(…) não sei se … Continuar a ler

A Semana Santa…e o polvo misterioso…

De acordo com a tradição judaico-cristã, estamos na Semana Santa e hoje um dos dias mais marcantes … a Sexta-Feira Santa, dia da paixão e morte de Cristo. É um dia de reflexão e “jejum” pela tradição religiosa, que eu sou muito sincero pouco pratico, é um facto que fui criado e educado no seio das tradições católicas romanas… mas com o passar do tempo  comecei a questionar algumas coisas… nomeadamente o hábito de não se comer carne em determinados dias da Quaresma e da Semana Santa. Ora o que acontece  nesta situação é que no passado, comer carne era considerado um luxo, logo a Igreja incitou os seus fiéis a não consumirem carne durante estes dias como forma de um “sacríficio” oferecido a Cristo. Não seria algo que me chocasse tirando o facto de mais tarde ter conhecimento, de ser prática corrente no passado dar ao pároco da aldeia a melhor parte do porco ou do cabrito para se receber uma indulgência e comer carne nesses dias. Não estou de modo nenhum a fazer uma apologia anti-igreja, porque sou crente.. posso não ser um fervoroso fiel e praticante… mas sou crente.  Aparte destas considerações gostaria de vos sugerir algo para esta Sexta-Feira Santa… até podia ser carne… mas não é …  hoje vou sugerir-vos um prato de Polvo Panado com Salteado de Feijão Branco. O hábito de fazer filetes dos tentáculos do polvo, vem do norte do país, e foi em Arcos de Valdevez, a terra natal do meu avô, que pela primeira vez comi o polvo confeccionado desta forma. Digo-vos desde já que a confecção deste prato não é difícil, mas requer alguma paciência…por isso não sejam preguiçosos e atirem-se aos tachos!
Para fazer este prato vamos precisar de :

– 1 polvo grande ( para fazer filetes precisam de um polvo com tentáculos grandes… eu diria entre os 2 e os 3 kg… é preferível comprar ultracongelado… porque o polvo fresco fica como uma sola se não for ao gelo… a congelação amacia os tecidos do polvo, tornando-o mais tenro… lembrem-se disso);

– Pão ralado;

– Ovos;

– Feijão Branco;

– Alho;

– Salsa;

– Tomate seco ( fica óptimo picado na comida, ou misturado em molhos… encontra-se quase em todas as grandes superfícies);

– Sal e pimenta q.b.


Vamos começar por cozer o polvo, e neste capítulo as opiniões dividem-se … toda a gente defende que o seu método de cozedura é o melhor! Eu sinceramente não sei se o meu é o melhor ou não, mas que é eficaz, é!  Aprendi-o com uma peixeira na Póvoa de Varzim, e o que a senhora defende é algo tão simples como isto: o polvo é colocado numa panela só com a água que leva da sua lavagem, isto porque segundo a senhora o polvo dá água e sal para si próprio ( portanto não ponham sal!), deixa-se o polvo cozer e quando se conseguir espetar um garfo, adiciona-se uma colher de chá de fermento para bolos ( isto vai amaciar o polvo e ajudar a terminar o processo de cozedura), quando o polvo estiver cozido retirem da panela e deixem arrefecer. Cortem os tentáculos em filetes, passem-nos por ovo batido e pão ralado… e fritem em óleo vegetal bem quente.
Não esquecendo o acompanhamento do polvo… vamos pegar em feijão branco ( eu diria para se usar do feijão demolhado… mas como sei que vocês não têm pachorra para as minhas mariquices… vá lá… usem de lata), colocamos numa frigideira com um fio de azeite e com o tomate seco picado… temperem com sal e pimenta e dêem-lhe umas “voltas”, no fim juntem salsa picada e sirvam com o polvo. Um prato descomplicado e ideal para um dia como hoje!
Acompanhem com um branco da região de Bucelas… um Prova Régia 2008, o vinho indicado para um dia de reflexão… fresco e muito frutado. Podem encontrar em grande superfícies, a um preço que ronda os 2.90 euros.
Expiem os vossos pecados ao som deste magnífico Fragile, uma das músicas mais “fantabulásticas” escritas pelo Sting…


Divirtam-se e bons cozinhados!